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sábado, 13 de junho de 2009

Autoridade e medo



Uma notícia publicada em jornais chamou a atenção de uma leitora. O Tribunal de Justiça do Rio decidiu que uma menina receberá aproximadamente R$ 7.000 de indenização por ter sido retirada da sala de aula em dia de prova. O motivo? Estava sem uniforme. O que a leitora questiona é se a Justiça não está desqualificando a autoridade da escola e, dessa maneira, acentuando ainda mais as já existentes atitudes de desrespeito ao espaço escolar.

Ela tem uma filha que cursa a 6ª série em uma escola em que o diretor vai implantar o uso do uniforme. O problema é que os alunos não aceitam a ideia e o diretor aguarda a adesão deles à proposta, já que não quer fazer uma imposição. E nossa leitora reclama porque, para ela, algumas coisas devem ser, simplesmente, acatadas.

Para ela, o uso do uniforme é um desses casos, já que os alunos realizam um verdadeiro desfile de moda na escola por conta do consumismo. A reflexão de nossa leitora é a respeito do enfraquecimento da autoridade da família e da escola.

Em primeiro lugar, vamos lembrar que muitas atitudes de transgressão que os alunos cometem na escola são provocadas pela própria instituição. No caso da aluna que receberá a indenização, por exemplo, a explicação dada para não usar o uniforme é que não havia um disponível no tamanho dela.

No caso da escola que a filha de nossa leitora frequenta, apesar de o uso ser obrigatório segundo o caderno de normas e procedimentos distribuído no início do ano, a própria escola abriu o precedente, já que não havia uniforme para todos. Depois de um tempo indo às aulas com roupas casuais, os alunos não aceitam a mudança.

Pode haver ou não uma boa justificativa para o uso do uniforme. Uma delas é a citada pela leitora: evitar que os alunos usem e abusem das roupas para excluir colegas, zombar deles, fazer desfiles de grifes. Mas não basta decretar o uso e esperar que todos respeitem a norma. É preciso trabalhar para que ela seja cumprida.

Acontece que as escolas guardam a ideia obsoleta de que a punição é a melhor medida em educação. Quando alunos comparecem sem uniforme, são impedidos de frequentar as aulas. Mas, se o objetivo da escola é que o aluno aprenda e se, para tanto, precisa estar nas aulas, tal medida é equivocada. Por que não deixar algumas peças na secretaria e emprestá-las aos que vão sem uniforme? Essa e outras medidas podem ter caráter educativo.

Muitas escolas evitam, também, desagradar a seus alunos. Ora, mas educar não implica, necessariamente, desagradar? A criança quer brincar, mas precisa estudar; quer se distrair, mas precisa aprender a se concentrar; quer atenção exclusiva, mas precisa conviver e compartilhar; quer dormir, mas precisa acordar etc.

Inicialmente, a criança permite ser educada por medo de deixar de ser amada pelos pais. Mas, pelo jeito, hoje o medo é dos adultos: os pais temem perder o amor dos filhos, as escolas temem perder seus alunos...

Com medo, não dá mesmo para exercer a autoridade e, sem ela, não dá para educar.
Autoria de Rosely Sayão, retirada do blog da mesma.

3 comentários:

  1. Quando se faz matrícula em escola,ficamos cientes das condições em que os alunos ficarão.Se diz,que é obrigatório uso de uniforme e não se tem onde adquirí-lo a escola dá um período para tal...a exemplo do uso de material escolar.Regras são regras...assim é no trabalho também,quando essas crianças...já adultas desagradadas vão ter que trabalhar para viver.Se a escola não souber administrar suas regras de acordo..já é outro problema.O que vemos são verdadeiras alucinações em nome de uma boa psicologia.Regras não levam à medo algum e sim a uma harmonia de convivência.O que seria do trânsito se não tivéssemos regras.A instituição têm que ter responsabilidades perante seus alunos,assim como os pais perante seus filhos.Mas me parece que esse medo de desagradar,as vistas de não criar problemas faz parte frequente dos dias de hoje.Educação sempre existiu....mas será que se perdeu a seriedade do assunto?Aqui em casa temos regras...com medo ou sem, funciona.
    Wanda

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  2. Para vivermos em sociedade precisamos obedecer regras, aliás para sermos civilizados precisamos de regras, ou melhor de educação! Os pais acuados e medrosos de hoje são os filhos mal educados de ontem. É um círculo vicioso que só aumenta seu diâmetro. Aa Paula

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  3. Somos cidadões e precisamos respeitar regras e normas para vivermos em sociedade,essas duas palavras estão à cada dia mais distante do vocabulário dos nossos joves e adolecentes,é preciso que haja por parte dos pais juntos com educadores e não pais versos educadores,um consenso ou seja o combinado não sai caro,é preciso que ambas as partes saibam e concordem quais as normas serão seguidas...Se escolheu uma escola é preciso cumprir com as normas que rege a mesma, é responsabilidade dos pais essa escola.

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