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terça-feira, 18 de novembro de 2008




«Entro no elevador com a minha filha de três anos e um metro de altura. E ela exprime então, contemplando a botoeira, o grande sonho da sua vida:
- Eu ainda vou crescer e alcançar aquele número lá do alto!
Brinco com ela, dizendo-lhe que vai fazer coisas mais interessantes do que andar de elevador, e acabo caindo na clássica pergunta:
- E o que você vai ser quando crescer?
Olha-me intrigada... Parece-me que não entendeu a questão e apresso-me a esclarecer:
- Você vai ser médica? Vai ser dentista? Professora?
Responde-me convicta:
- É claro que eu vou ser mãe!
Devo confessar que adorei a resposta! Diverti-me lisonjeada! (Também é verdade que, dias depois, contrariada com algumas exigências minhas, a pequena resolveu que queria mesmo era ser "vó"...).
O episódio fez-me pensar e corar. Por que não me ocorrera o papel de mãe como uma possibilidade futura para a minha filha, certamente não exclusiva, mas primordial? E por que ela, sem ter sido incentivada diretamente, amealhara para si esse sonho, essa aspiração?
Como é natural, não ando a esbanjar a toda hora, entre sorrisos e amabilidades, a felicidade de ser mãe, e temo que a minha filha não a veja estampada no meu rosto com a freqüência que eu desejaria. Mesmo assim, a maternidade revelou-se a grande aspiração dessa mulher-criança. Há aí um mistério que ultrapassa qualquer explicação de ordem cultural: jamais agi deliberadamente no sentido de criar a minha filha para ser mãe, e no entanto essa aspiração brotou com toda a espontaneidade no mais íntimo do seu ser.
Assim é: a mãe insiste em realizar-se na mulher. Diria mais: em toda a mulher..., por mais que um certo feminismo queira que pensemos de outra forma.» *

Sueli Caramello Uliano

2 comentários:

  1. A maternidade quando ocorre no momento certo é um marco na vida de qualquer mulher. É uma transformação de valores que retira um véu e faz enxergar tudo sob um ângulo muito maior e diferente. Acho que é por isso que a formação feminista não consegue sobrepor nosso lado maternal, tão natural, divino até. Ele está em nós desde nascença.

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  2. Iara disse....
    MInha tia sempre disse:
    -Mãe é a palavra mais doce que existe!
    E como é doce amar nosso filho.

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